EDUCAÇÃO DAS PESSOAS COM SURDEZ -
AEE
Neusilene da Silva Rezende Barbosa
As
bases políticas e epistemológicas da educação escolar das pessoas
com surdez, por aproximadamente dois séculos, foram pautadas em
concepções gestualistas e oralistas, travando um embate focado
excessivamente na importancia da lingua, colocando esta, como sendo a
responsável pelo fracasso ou sucesso escolar das pessoas com surdez.
Enquanto isso, estas pessoas não tiveram o seu potencial
desenvolvido, ficaram à margem das relações sociais das quais
faziam parte, excluídas.
A
nova política de educação no Brasil vem se voltando para as
pessoas com deficiências, incluindo-se as Pessoas com Surdez.
Segundo Damázio (2009), “muitas
questões e desafios ainda necessitam serem discutidos para que as
práticas de ensino e aprendizagem na escola comum pública e privada
apresentem caminhos consistentes e produtivos para a educação das
pessoas com surdez”.
Segundo DAMÁZIO e
FERREIRA (2010):
“O
problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar
sendo centrado nessa ou naquela língua, como ficou até agora, mas
deve levar-nos a compreender que o foco do fracasso escolar não está
só nessa questão, mas também na qualidade e na eficiência das
práticas pedagógicas (p. 3)”.
Portanto,
é preciso que as Práticas Pedagógicas propiciem ambientes
estimuladores, que desafiem o pensamento, que levem a uma reflexão e
exercitem a capacidade perceptivo-cognitiva. Fazendo-se necessário
romper com o paradigma da dicotomização entre oralistas e
gestualistas, a tendência bilíngüe se torna um diferencial que
liberta as Pessoas com Surdez de sua clausura, sob a ótica
multicultural. Para que esta ressignificação ocorra, como propõe o
AEE, a PS deve ser vista como usuária de um sistema linguístico com
características e status próprios, no qual cognitivamente se
organiza e estrutura o pensamento e a linguagem nos processos de
mediação simbólica, na relação da linguagem/pensamento/realidade
e práxis social.
O
Atendimento Educacional Especializado (AEE)
para
PS adota a abordagem bilíngüe, de acordo com preceitos legais, no
qual a Libras e a Língua Portuguesa, são línguas de instrução e
comunicação e tem como função organizar o trabalho complementar
para a classe comum, com vistas à autonomia e à independência
social, afetiva, cognitiva e lingüística da pessoa com surdez na
escola e fora dela. Temos
o AEE em três momentos didáticos pedagógicos: AEE em Libras, AEE
para o Ensino de Língua Portuguesa, AEE para o Ensino de Libras.
Podemos perceber, portanto, que a
educação da Pessoa com Surdez numa visão global, vem preparar o
indivíduo para a vida em sociedade, prepará-lo para compreender a
si mesmo e ao mundo ao seu redor, auxiliando-o a superar as barreiras
impostas pela surdez e indo além, rompendo com suas amarras,
buscando uma sociedade mais humana, mais sensível àqueles que fogem
do padrão considerado “normal”, pessoas que muitas vezes são
rotuladas como incapazes, dependentes, mas que na verdade necessitam
apenas de um pouco mais de tempo, dedicação, atenção, práticas
diversificadas e de uma equipe multiprofissional.
Bibliografia:
Coletânea
UFC-MEC/2010: A Educação Especial
na
Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo
05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento
Educacional Especializado em Construção,
p. 46-57.
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J.
Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional
Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC,
V.5, 2010. p.46-57.
Seu texto ficou muito legal.Como é bom perceber ,que aos poucos vamos ampliando nosso conhecimentos quanto ao tema em discussão.Parabéns
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